sexta-feira, 25 de março de 2011

A Consciência perdida


Eu nasci e logo perdi o meu conforto. Logo perdi a minha proteção e ganhei o horizonte das possibilidades e suas repercussões. De frente para reto da riqueza disso tudo, acabei por perder o rumo e o sentido, talvez os significados, não todos, pois tenho cicatrizes das perdas que provei. Mas o pior, acometi a mim mesmo, as lições que muito me era útil naqueles dias, eu não as guardei na memória para seguir a vida e as perdi pelos atalhos. De nada vale provar se não trouxer para si as devidas lições, é como sofrer e não aprender com as dores.

Eu perdi a minha própria ingenuidade, como mais adiante deste ciclo a minha mocidade. Eu perdi a habilidade de perceber a razão, assim como as noções do perigo e das exposições. Acabei por perder até mesmos os meus sorrisos mais singelos e sinceros e por causa dos meus anseios impulsivos perdi a minha alegria, juntamente os meus medos mais severos.

Medos estes que me regravam, agora não mais existem em meu complexo. Com isso perdi meus valores, o valor do sabor, do sentir-se pleno e sadio. Tantas milhas percorridas a mercê das escolhas me trouxeram de presente as repercussões. Só não perdi a consciência de tudo que perdi. E tudo que perdi foi aquilo que um dia eu ganhei. Eu era um ganhador de chances, ganhei da vida as melhores oportunidades, todavia eu não as aproveitei. Eu perdi. Eu perdi a vida e como prêmio de tudo ganhei a triste consciência de um ser perdido.

Por Dias, Anderson

2 comentários:

Rafaelle Benevides disse...

há qto tempo, moço...

D. F. C. disse...

Como diz uma amiga minha:
"quem tem medo de viver, não nasce"

Saber-se perdido é uma dádiva, pois que se sabe estar em algum lugar, ou ao menos que não se está aonde queria.

E a luz no fim do túnel... irradia do interior de cada um de nós.

Paz e bem poeta
Dário