sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Dentro de mim
Eu cansei! Eu cansei desse peso mortal. Percebi a exaustão nessa tarde de véspera mui morta. Quantas portas eu deixei de adentrar por conta de minhas culpas? Quantas datas vão passar donde estarei a pensar naquilo que já se fora pelas veredas do passado? Ainda tão vivas dentro de mim, ainda tão vivas!
Percebi que o tempo não cura, quando o interior se mostra cauterizado, permitindo dessa forma a chaga na alma. E que a calma torna-se comprometida sobre o sinal de qualquer situação ameaçadora. Daí os fantasmas tomam conta do meu corpo, da minha estrutura. Nessa hora parece que nada pode reparar tal ruptura no meu “eu”. Tão paradoxal. Quão inocente? Quão culposo?
Eu cansei desse jogo mortal! E nessa tarde, uma lágrima caiu e senti que ainda estou preso há um conto indissolúvel e que talvez esse jogo seja indissociável a construção da minha estória tão real. Afinal a vida é um jogo que nos proporciona escolhas reais e que depois de cada escolha o que nos resta é saber viver com as resultantes de cada uma delas. Agora estou eu a cá me adaptando a minhas conseqüências, buscando encontrar a minha paz. A tão sonhada paz! Porque ainda acredito que ela possa existir em algum lugar dentro de mim.
Por Dias, Anderson
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