terça-feira, 26 de julho de 2016

De devaneio em devaneio,
Difusa vereda.
Tantas morais! 
A que lado pender? 
(mas)
Na virada dum segundo,
Na qualidade de insight.
Abri mão dum lado qualquer.
Vou (só) me equilibrar.

Anderson Dias

segunda-feira, 8 de junho de 2015

"Sou...

... híbrido e conflitante.

Cínico (assim me chamaram),

Cênico, aventureiro e errante. 

Ambivertido, perdido...

Coleciono flagrantes. 

Pervertido (assim me chamaram),

Ator, sem pudor, aceito doses de dor e deleite. 

Não aceite o meu aceite.

Sutilmente ligeiro, faceiro,

Ligeiramente desconfiado,

Aperto mãos de maus intencionados. 

Sou triste, alegre alado.

Não acredito mais no céu,

Mas o inferno está instaurado.

Me visto de terno ou até mesmo mais largado, olho sempre para os lados. Me sinto atravessado.

Sou poeta, apaixonado...

Bebo sangue, sigo como lobo solitário. Rio de mim, por ora sou hilário. Tenho fantasmas, eles são frutos do meu passado. Vivo sempre atrasado, mas com um pé um pouco mais adiantado. Sou pouco na imensidão, sou rouco por gritar no caos e escuridão. Sou monstro socialmente tolerável,

Me mato, me crio, renasço.

Nessa porra toda (pandemônio),

sou mutante, transmutável."


Anderson Dias

sábado, 23 de maio de 2015

Erros, Progresso na Finitude

Não há motivos para se esconder. Acreditar que tudo há de ser eterno, é trilhar pelas veredas da angústia. Aceitar as consequências, reconhecer as qualidades de suas próprias ações e então se apropriar de seus resultados revela maturidade. Com visão de autocrítica olhe os seus próprios erros, aceite-os e perceba o quanto eles te tornaram melhor que antes. Quem não se permite errar ingressou o plano errado, aqui não deveria estar. Somos melhores que ontem e jamais paralise em virtude dos seus próprios fantasmas, os deixe aí para que você possa sempre se lembrar o quanto nos transformamos após um revés. Vivamos nossa finitude terrena nos apropriando de nossas nossas invirtudes, tendo-as como fontes de nosso aprimoramento. Retrato aqui só mais um paradoxo deste plano.  

Anderson Dias

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

"Como..

...uma tempestade, todas as coisas dessa vida são passageiras."

Anderson Dias

Descanse

Sem voz. Eu já falei demais.
Talvez eu canse seu coração,
Na tentativa de entendê-lo.
Antes, eu era seguro no que fazia.

Pois, não havia pretensões.
Era como aceitar o deleite dos delitos,
Sob as conformidades da dona das ilusões.

Não havia o que querer entender.
Não tinha muito o que conquistar,
Senão, um momento.
Era só um gole de efemeridade.

Agora é diferente. Sedento por algo maior, me vi inseguro. Achei que eu deveria interpretar seu universo.
Nesse movimento, devo ter cansado o seu coração.

E o que fiz, foi na intenção de fazer certo. Porém, não sei se assim o fiz.

Enfim, vá descansar, que eu preciso refletir!

Anderson Dias 


domingo, 21 de dezembro de 2014

Interplanetário Ser

Aceitar o desafio de ser astronauta e desbravar a galáxia , afim de encontrar um novo mundo para se entregar e amar o que houver por lá, não é algo tão simplório! É uma imensidão de possibilidades e muitas incertezas, nada é certo numa viagem como tal.

São milhares de planetas, de solos e atmosferas diferentes. Uma hora a gente precisa pousar a nave, descansar a mente e relaxar o coração e buscar ali, uma razão para viver. Quero dizer um bom motivo para ali querer viver.  É muito provável que algo bom possa ser encontrado, em probabilidade ainda maior que encontre situações exclusivas, não cultivadas em seus esquemas de conhecimento. Logo, a alteridade e o novo se tornam, portando seu maior desafio de vida.

É que adentrar um novo planeta requer muito gerenciamento interno sobre o que se percebe no externo. Requer então, maturidade, vivência e olhos atentos. Pois, um novo solo carrega uma história desconhecida ao seu mundo, carrega também outros costumes e culturas. Um planeta, é cheio de singularidades!  É preciso ser um antropólogo espacial para entender aquilo tudo que é especial aos seus olhos.

Não é nada fácil se aventurar em outro planeta! O sucesso da sua morada neste novo mundo, depende muito, é claro, da hospitalidade do solo, em contrapartida muito depende também da habilidade desse astronauta e gerir a faceta do novo planeta!

O astronauta que cito aqui, partiu para uma viagem, encontrou algo belo por lá, e se deparou com circunstâncias, das quais o forçaram a entrar num processo de assimilação, acomodação e que busca agora sua equilibracão perante este novo mundo.

Só para quebrar o gelo, Piaget deve estar torcendo por ele!

E por fim, embora o astronauta por ora veja socraticamente indagando-se e desdobrando-se no novo solo a cada dia, não sinto que ele queira voltar...

Anderson Dias

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

"Bem baixinho...

...coloquei Debussy para tocar. Eu nem fazia ideia do que era, mas eu estava certo,  seria agradável, como tudo que ela faz ou diz. A sonoridade daquele piano era leve. Leve como ela é por aqui. Tranquiliza minha alma, me coloca na condição de rei. O bem que ela me faz, é tão bom quanto o bem que aquele piano me fez. Mas, o piano acabou e veio a sensação de que aquela harmonia, deve ser mantida por mim, mesmo sem saber tocar,  é como se fosse, sim, um aprendiz e ela um piano, eu preciso, preciso aprender a tocar. Estou contente, porque a música que a gente já faz, embora ainda precise de mais e mais aperfeiçoamento , nela já posso dançar. Eu não tenho vontade de parar. Somos a melhor representação, daquilo que é compor sob as linhas do incerto, mas convictos que ali, existem notas carregadas de amor."

Anderson Dias 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Poesia para ela

Saudade de te abraçar,
De ti, do teu olhar.
Saudade de molhar
Minha boca na tua.
Das tuas mãos em mim.
Você, toda nua.
Minha mente não para.
E me jogo de vez,
Quando seu corpo com o meu se depara.

Anderson Dias 

domingo, 30 de novembro de 2014

"Não que seja fácil...

...mas ando procurando acreditar no melhor. No melhor das pessoas - é aqui que entra a idéia de que não seja fácil -, nas melhores intenções de quem me circunda. Ando acreditando bastante na força de um abraço, na veracidade de um olhar. Acredito até mesmo na firmeza de um aperto de mão. Acredito na amizade. Tenho dado fé ao amor e ao perdão. Sabe, venho me perdoando de muito do que já fiz. Muitas pessoas me perdoaram também. Me falaram do amor - no sentido universal -, daí logo vi, o quanto sou infantil nesse assunto. Estou aceitando aulas, afinal o amor me parece ser a força motriz de todas as coisas. Estou num processo maluco de desvalorizar o que não merece apego - falo de coisas -,  ontem um amigo me mostrou uma canção que veio de encontro com aquilo que eu vinha introspectando. Era algo do tipo; tudo aqui não passa de um empréstimo. Então, vamos cuidar mais da gente, da nossa gente, dos nossos animais, vamos nos equilibrar mais, no elevar. Vamos nos atualizar, conhecer, aprender e ensinar, rasgar velhos paradigmas. Esquecer um pouco as mazelas dessa caixa de Pandora, e então enxergar as coisas com mais positividade,  ver tudo sob novos primas. Pode parecer um tanto utópico,  mas é uma questão de crença, assim como acreditamos, por diversos momentos que o pior vai emergir subitamente,  me dei com grande veemência a possibilidade de acreditar que o melhor das pessoas, podem também emergir subitamente. Estou construindo essas crenças, meus pensamentos estão em construção, e nada do que eu pensar terá a qualidade de verdade absoluta, pois minhas verdades sobre o melhor sempre vão mudar para o melhor. Acredite mais no bem que paira por aí!"


Anderson Dias

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Emaranhado

Penso. Quero.
Repenso. Afirmo.
Firmo. Fico. Sinto.
Tamborilo os dedos.
Não minto. Medos?
O velho...não quero.
O novo, não tão novo!
É de outrora... 
Todavia, só foi agora.
Sei lá! É novo sim!
Enfim, pelo menos a mim.
Quero. Temo! Mas, vale?
Vale! Paro! 
Ora, isso é raro!
Então, vale!
Chega! Cale!
Sinta, não pare!
Respira, pira.
Deixa rolar.
Não indague. Afague.
Calma. Intenso!
Já não penso!
Quando vem!
Vai acontecer de novo.
Ora, nesse emaranhado,
Vai tudo bem!

Anderson Dias

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Outro caminho

Era só uma saída e outra coisa mais.
Era para ser nada de mais. Só que foi demais! Papo entrosado, e alguns goles de vinho seco. Os pensamentos eram coesos, de total sentido, mas eram muitos, inacabados. Os verbos não supriam mais a comunicação, as mãos já se falavam. Meu polegar direito transitava bem o dorso da mão dela. E eu matutava ali, - isso não acaba aqui - e foi longe, assumiu veredas desacostumadas ao meu coração. Só que agora já foi, quero desbravá-la. Só que agora, olhar para trás já não faz mais sentido. Só que agora, já rasguei os mapas das rotas de outrora e daquilo que era só uma saída, originou-se uma nova estrada a se percorrer. E ela? Veio comigo! Agora não quero outro caminho, senão o dela.

Anderson Dias 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

"O fato é...

...que a vida perdeu o valor de vida. Aspectos materiais assumiram a posição e o sentido dela. Então ter vida é ter posse de bens e de pessoas. A existência do outro é entendida como um produto qualquer e, por isso a vida alheia é facilmente substituída e descartada. A sociedade não recicla o homem, que por sua vez é vítima e vitimizador. Nós fabricamos sistemas condenatórios que tornam a vida um subproduto, onde o ordenado nos mais diversos níveis é o que determina o que é mais ou menos vida. Aí eu te pergunto! 

Quanto vale a vida?"


Anderson Dias

O Dono do Tempo

És o Dono do tempo,
Dos meus passos, meus laços.
Dos meus ensinamentos, 
Das histórias, os traços

Do meu rosto no processo
De envelhecimento, 
És o Dono do tempo,
Dos meus acasos, acometimentos.

Advoga meu testamento,
Dono do meu dilúvio, repúdio,
O choro oriundo da morte,
A passos largos, rápidos,

Rumo ao arrependimento, 
Dado ao constrangimento,
Inexprimível, outro nível,
Teu amor incompreensível,

Remodelou meu mundo, 
A partir de outro Big Bang,
Avistei novo universo,
Donde converso Contigo.

No ponto, pronto,
Preparado, mãos no arado,
Agora colho meus frutos,
Consequências e meus inimigos. 

Manda-me amá-los
Como se fossem meus íntimos,
Ínfimo me sinto
E ainda me deixas viver.

És o Dono do Cronos,
O qual não posso compreender,
Errei a vida inteira
E no ultimo ato, eu pude aprender.


 Anderson Dias

"Quem depende...

...tão somente da matéria, do prazer efêmero e dos retornos imediatos jamais entenderá a transcendência da vida, apenas porque tais paixões não transpassam por além deste plano. O homem na real pouco sabe sobre a felicidade. Eu não sei! "


Anderson Dias

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Escrito sobre moda

Anderson Dias
10 de julho de 2014


O que é moda


Eu comecei a ler um livro chamado "MODA, uma filosofia" do filósofo contemporâneo e norueguês Lars Svendsen. Decidi escrever essa pequena dissertação não com um olhar crítico da obra aqui citada, até porque ainda me encontro no segundo capítulo do livro, tampouco venho trazer uma definição plena do assunto. O próprio livro aponta que tal pretensão não é tão fácil quanto parece, uma vez que a definição de moda não é um conceito fechado, pois vários pensadores antigos e atuais compreendem a moda de distintas formas. É aí que entra o cerne do motivo pelo qual passei a refletir sobre o tema Moda. O que é moda? Como nós, a gama leiga do assunto compreende a moda? A moda é aquilo que está evidente? Aquilo que se mostra no centro das atenções? Moda é meramente aquilo que determina a mídia? Moda é só roupa?

 Sinceramente, eu não sei responder com exatidão algumas das questões expostas acima, entretanto, algumas delas me fizeram refletir um pouco mais sobre o assunto. Acredito que moda de fato não seja meramente aquilo que está em uso. Moda para mim é história! Portanto, ao meu ver aquilo que hoje está em desuso ainda é moda, mas muito mais pelo sentido de fazer parte do existir no processo da história da moda. Além do mais, acredito também que a moda seja um produto da mídia. Acho que a mídia de certa forma, lança sua moda a sociedade e esta certamente a adere, porém não é só a mídia que faz moda. Até mesmo aquele sujeito sem muitos dotes para a moda, faz moda. Seja para ele a moda algo sem importância, contudo, mesmo sem saber ele a faz.

Pensando deste ponto de vista me incorreu uma outra questão. Mesmo sem nos atentarmos a moda, ela ainda se faz presente. Então já imaginou em quais contextos a moda está presente? Será se ela se encontra viva até mesmo nos campos mais inesperados da humanidade? Além do vestuário, é claro! Pensar sobre moda parece inútil, mas ela está presente na sua vida mais do que você imagina. Bom, eu hoje compreendo isso a tal ponto que posso ver moda nos mais diversos cenários da vida humana. Moda para mim é de fato uma filosofia de vida,  a maneira de enxergá-la e dar sentido a ela, e está relacionada também a identidade. Moda tem a ver com significado, até mesmo com ideologia, moda portanto está inserida no campo das representações e das idéias.

Sendo assim, a moda tem efeito nos grupos, moda é também comunidade, é linguagem, seja ela visual ou verbal. Contudo, moda acaba por adentrar no campo da psicologia, pois se moda é idéia, é significado, é linguagem e causa efeito nas comunidades a moda pode ser compreendida, portanto como comportamento, este por sua vez o maior objeto de estudo da psicologia. Observe onde a "supérflua" moda está inserida! A moda está certamente em outros contexto que caberão menos discussão. A moda está na arte, está no consumo, está no estilo estilo de vida das pessoas, está escrita na historia. Olha como a moda que socialmente passa despercebida e que parece algo tão desinteressante para o campo acadêmico, está entrelaçada nos mais diversos aspectos do homem e que deve sim ter uma compreensão que vá, e muito, além do vestuário, porque moda não é só roupa. Seria, então, impertinente dizer que moda é uma ciência? O que é a moda para vocês?