quarta-feira, 11 de março de 2009

O menino daqui e o samba de lá


No toque de outrora
De oriundo sentimento,
De uma vaga tristeza
Veraz avivamento.

Cresceu desse lado
Ouvindo esses papos de lá.
Ainda tão menino
Preferiu os papos de lá.

Descendência incomum
Pra quem tocava o pandeiro
E o menino sorria de fora
Já se sentido bandeiro.

Mas falaram pra ele
Esse não era seu cultivo,
Foi nessa vaga tristeza
Que o menino achou seu motivo.

Essa terra é tão linda
Mas faltava esse sentimento,
Tristeza tão nobre
Que trouxe o tal crescimento.

E total entendimento
Do fiel amigo pandeiro,
Que apanha o dia inteiro
Pra esse povo cantar.

E o sol vai raiar
E o samba de lá
Já vai descansar
E o menino dormir.

Para um eterno sonhar
E a tristeza reconquistar
Na essência do samba
Pra mais tarde voltar.

Assim cresce fiel na prece
Se entristece no falso matiz,
Poucos são os momentos
Que o tornam feliz.

Na roda de samba
Ainda o esboça um ligeiro sorriso
Da poesia tão triste
Feita com compromisso.

E o amor do menino
Pelo samba de lá,
Lá de outrora, de outra hora
É o que o faz cantar.

De maneira que outrem
Venham a pasmar
Pela tristeza de quem
O samba sabe amar.

É menino daqui
Com aquele samba de lá,
E se foi isso que ele gostou
Quem pode o fazer desgostar?


Por Dias, Anderson

Um comentário:

Katheryne Nazer disse...

Anderson, querido: gostei do que li por aqui!!!! Com certeza, voltarei mais vezes!!!! Kathy (semeandopalavras.zip.net)