terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Primogenitura


Nascer, nascer primeiro, o primeiro a morrer, vir antes, vir antes para fazer acontecer, o primeiro a explorar o anoitecer, o primeiro a observar a primazia do alvorecer. O primeiro a trabalhar, escorrer o suor a valer, o primeiro a se cansar, a se banhar, o primeiro a ler e a entender. O primeiro a viver, a aprender sozinho, o primeiro a executar e depois a ensinar. O primeiro a nascer, o primeiro a morrer. Foi o antes de tudo e tudo com ele, eu passei a entender, mas eu vi...

Infelizmente...

Foi o primeiro a se vender, o primeiro a se corromper, o primeiro a se perverter, a se perder. O primeiro a desejar o jantar alheio, pois estava cansado para o seu obter. O primeiro a esvanecer, o primeiro a se entregar. O primeiro a rejeitar a honra de ser o primeiro.

O primeiro a cair na matilha...

O que vale mais? A honra de ser o primeiro ou um mero prato de lentilha?

Diante disto, conquistei minha primogenitura, mesmo sendo o mais novo. Fui o primeiro a entender que toda honra da vida há de se manter, o primeiro a ser maduro o bastante para não achar que em suas ações, achastes sua vida. Afinal corres o risco de perdê-la na soberba da vida, o primeiro a entender que os preceitos que guardas devem ser constantes e que suas convicções não devem encontrar diferentes veredas. Fui o primeiro a entender que devo honrar o meu lugar, o primeiro a entender o que se chama oportunidade e através dela fazer acontecer. O primeiro a entender que na vida muita coisa não se mistura e que nem tudo pode se aceitar, caso de fato queira permanecer na honra da primogenitura.

Nem todo prato, por mais difícil que seja a circunstância, vale a pena obter.

Por Dias, Anderson

2 comentários:

Allan Guedes disse...

Sem palavras Man... de fato o que vivemos... tamo junto Man...

Luiza de Freitas Nunes disse...

O texto me lembra uma lição que aprendi há alguns anos atráz "Idade nada tem haver com maturidade".
Ótimo texto!!!
E que saudades daqui heim?!

Grande beijo =*