domingo, 30 de agosto de 2009
De mais um parto
De mais um parto eu parto para vida, cada parte por mim escrita é uma parte de mim registrada, partida ao relento, fruto do momento, cada parte, tem seu mundo diferente, ora Terra, ora Marte. De cada parto aprendo por partes cada partida da vida, as idas, as voltas, partida de algoz, partida de vitória, de fel, de glória. A cada parto, parto meu pão, parto meu coração, como também já parti meu colchão, já parti minha paixão.
E de parto a parto, vejo-me partido, por parte perdido, noutra parte sinto-me entendido, de parto a parto, cada parto eu vivo, por parto sou movido, vendido, absolvido, vivido, rejuvenescido, nisso tudo, vejo que de parte em parte tenho crescido. Mas vamos por parte, pois a cada parto torno-me menino, mas quando vejo de um parto uma parte de mim, por mim vencida, que ficou para trás, é porque fui homem, assaz, tenaz, sagaz e veraz.
E foi num parto, daqueles que tu se parte ou parte de vez para vida, na partida da imensa avenida, ainda assim não via saída, mas numa parte escura, num beco encontrei a outra parte de minha jóia partida. Os partos da vida nos ensinam partir, a partir de uma determinada partida, e de cada parto nasce o amor, a angústia, o encontro, a perda, o choro, a alegria, o deleite, a sangria, a guerra, a paz, a vida e a morte.
Parte, partida, parto, nessas lições, eu aprendi a partir, desde meu parto até ao meu último suspiro, pois dali em diante eu irei partir mais uma vez. E deste parto, eu parto para a vida, para a morte, para o vácuo do silêncio, para meu esperado norte. É a forma que eu partir a cada parto, que vai levar-me, não mais por parte, mas sim num todo à minha eterna sorte, buscada nas tantas partidas da vida.
Por Dias, Anderson
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Na chegada da sorte
Algo em ti me atrai, ligeiramente me distrai, estou sendo verdadeiro contigo, afinal o coração não se trai. Olho seus olhos, seu sorriso demasiadamente suntuoso, logo meu coração contrai, o desejo de te querer pertinho de mim, eu e você improvisando caminhos, inventando assuntos mirabolantes, sozinhos.
Meu coração se distraiu, pulsou num ritmo diferente e sorriu. E sorrir com você me fez bem, um bem, bem bom. Sinto que a sorte veio como um vento brando e suave, até lhe abri alguns de meus devaneios.
Agora penso para cima, penso assim, uma nova sina, um clima, airoso, uma dez para onze, legal para nós. Quero agora segurar tua mão e dizer venha ser meu amuleto. Fixar os meus olhos nos teus e lhe transmitir com transparência aquilo que tu pensas de meu ademã.
Não quero que faça projeção de mim, eu igualmente não farei de ti, pois na realidade o que quero, é te dizer, venha ser meu talismã. Sorte venha ser a minha sorte e alegrar a minha manhã.
Linda sorte, você me fez ficar bem, me trouxe a leveza no coração...
Agora o desejo de toda sorte sem medidas, não para de pulsar, correndo para cima e para baixo, constante, sem corte ao crescer...
Sorte! Já segurei tua mão e os meus olhos fixaram nos teus, agora vejo tua boca...
... meu desejo não para de crescer...
Agora vejo tua boca... Hei sorte!
Venha ser a minha sorte e deixe acontecer.
Por Dias, Anderson
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Um canto a sereia
Estava eu a cá,
Terra da garoa.
E ela veio de lá,
Lá da terra tão boa, da terra do mar.
Da terra da areia.
Veio de longe,
Com sorriso tão lindo,
Jeito de moça, delicada sereia.
Encantei-me quando eu a vi
Aqui no meu canto,
E se dos meus encantos, pudesse,
Cantaria a ela todos os meus cantos.
Cantos de quem,
Viu uma sereia, quão linda.
Cantos a quem,
Ao meu coração és bem-vinda.
Por Dias, Anderson
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Outro trem
Eu tinha um compromisso, eu tinha que concretizar tudo àquilo que havia planejado com outrem. Mas, como de costume, atrasei-me e perdi o trem. Perdi o trem de tudo, de tudo que planejei para o vindouro, um vindouro, lindo, pleno de ouro. Atrasei-me e perdi por mim mesmo.
Afundei-me em mágoas, nas poças, ali bem pertinho do trilho. Meu dia naquele dia tornou-se fosco, sem brilho, veio-me a sensação de nada mais ter sentido. Fui banido, fui bandido, perdido de mim mesmo.
Mas, uma certeza ainda pulsava forte em meu coração, certeza da qual muito me fez bem. A certeza era que mais cedo ou mais tarde, lá haveria de passar outro trem.
Por Dias, Anderson
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Segundas-feiras e você
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
A fim de ir
Sair da minha por inteiro
Por que ela me apareceu nesta hora?
Com aquele jeitinho que merece carinho. Toda linda, sorrindo a mim, encabulada.
Ela deixou-me sem reação.
Penso...
Posso eu apaixonar-me agora?
Não sei! Ainda sinto-me divido.
Temo novas decepções, falhas, insolúveis paixões e comichões.
Como não mostrar minhas fraquezas?
Talvez isso seja inevitável, assim como também saberás de minhas forças.
Mas...
Como entregar-me a esse lindo sorriso, a esses belos cabelos lisos?
Na verdade até quero conter-me, mas aquele sorriso encantou-me deveras, e ela veio-me com cavaco assim...
“Nossa! Gostei de suas poesias, escreves tão bem, saibas que escrevo também.”
“Você canta? Amei aquela parte de sua música parece que foi feita a mim.”
“Você fala tão bem quando não usa jargões, mesmo assim gosto do seu jeito.”
Ai, ai! Ela quer tirar-me da minha, eu estava na minha, e mesmo com meus infortúnios agora me vejo só com um pé na minha.
Estou inteiramente confuso.
Devo eu sair por inteiro?
Ai, ai!
Por Dias, Anderson
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Um lugar para nada mais
Aqui, o que não quero ver, os meus olhos são atraídos,
Aqui não quero meus pés, mas aqui estão. Distraídos.
O que não quero fazer é o que faço.
E nesses passos malucos eu me caço.
Ah! Eu cansei daqui e disso tudo!
Quero ir a outro lugar, passo a passo para não mais volver.
É hora de vestir-me feito homem e posicionar-me. Escolher!
Desbravar um novo tracejo.
E nessa saga algo novo encontrar, um lugar.
Algo a mais, algo assaz!
E nesse lugar encontrar...
Eu mesmo, meu bem-bom, minha paz.
E se isso eu alcançar, quererei nada mais!
Por Dias, Anderson
Compaixão
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Quando a ficha cair
Disseste-me, não esperava que fosse assim, tão fácil, disseste-me, tem sido tão diferente. E na emenda solta que tua ficha não caiu!
Não compreendi, interiormente indaguei-me, visando encontrar um retorno atino do que mencionaste a mim, verdadeiramente, não encontrei, não compreendi.
No entanto, certamente, o mundo há de continuar a girar, a bola a rolar, os dias a passarem...
E quando tua fichar cair o quê há de falar-me?
Sendo que nessa hora, talvez, eu esteja a gastar minhas fichas a outro prefixo, um fixo, um celular.
Diga-me, somente quando tua ficha cair, o que há de falar-me!
Por Dias, Anderson
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Tudo fala comigo
Uma singela frase ousa a mexer no meu interior, uma música me faz refletir e chego a dizer:
- E não é que é verdade?
As coisas falam comigo, falam ao meu coração, algumas me fazem sorrir, outras me trazem dores.
Uma foto, matiz, dois rostos, história, raiz, estas falam comigo.
Uma ida, um choro, uma perda, uma derrota, estas falam comigo.
Um sonho, um trabalho, uma mãe e uma criança puxando sua saia, aquele pãozinho no café manhã, também estas coisas falam comigo.
Um sorriso, olhos fortes que seguram a pressão, um grito, uma gargalhada, estas falam comigo.
Ouço atentamente o que meu cotidiano, ferido, mas amadurecido tem a me falar.
Tive de algum modo passar a ouvir o mundo, e valorizar cada ocasião que a vida nos proporciona, como se fosse a última, aprendi, desta forma a segurar com unhas e dentes o que chamamos de chance, oportunidade ou momento.
Tudo fala comigo, antes, eu não ouvia, agora, ouço tudo falar comigo, talvez...
Tive de deixar de falar a você tudo o que eu sentia, tudo do meu jeito, dos meus modos e tive que quebrar meu egoísmo para aprender a ouvir e conseqüente a sentir as coisas de um modo que jamais havia sentido.
Tudo fala comigo!
Por Dias, Anderson
"Dos erros...
...tirei vantagem, amadurecimento, crescimento e coragem para seguir adiante nessa intensa viagem da vida."
Por Dias, Anderson
Por Dias, Anderson
sábado, 1 de agosto de 2009
De minhas possessões
Folhas em branco, esferográfica,
Liberdade, dádiva e inspiração.
Assim foi minha primeira possessão,
E ao poetizar, senti o amenizar...
Dos meus lamentos, sofrimentos,
Dos meus insanos momentos.
Antes, via meus escritos arremessados
A outrem, a ninguém. A quem?
Mas, ao sentir o amenizar...
Prontamente, decorri a valorizar,
Minha subjetividade, minhas vontades,
Meu céu, meu hades.
Escrever a outrem ou ninguém?
Não! Não mais fiz assim!
De minhas possessões, aprendi,
A poetizar densamente a mim.
Por Dias, Anderson
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